Data: 10-10-2014
Criterio: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Avaliador: Raquel
Revisor: Luiz Santos
Analista(s) de Dados: Eduardo Fernandez
Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago
Especialista(s): Gustavo Martinelli
Justificativa
A espécie é endêmica do estado da Bahia (Sebastiani, 2013), nas proximidades dos municípios de Barreiras (Anderson, 1987) e Cristópolis (CNCFlora, 2013). Arbusto escandente, é encontrado em áreas de Cerrado e Caatinga (Anderson 1987; Sebastiani 2010; 2013), em altitudes de 450 m a 800 m (Sebastiani 2010). É conhecida somente por coletas realizadas até meados de 1990, não tendo sido registrada recentemente (CNCFlora, 2013). Apresenta EOO de 518 km² e AOO de 8 km² e está sujeita a apenas duas situações de ameaça, considerando os municípios de ocorrência. O município de Barreiras, no noroeste da Bahia, sofreu grandes transformações em sua paisagem nas últimas três décadas, sobretudo devido à expansão da cultura da soja. Em dez anos, entre 1990 e 2000, essa cultura cresceu 584,26% no Oeste da Bahia, sendo a região de Barreiras responsável por 100% da produção do estado (IBGE, 2002). Essa evolução representou 73,1% da produção do Nordeste e 4,6% do país no ano de 2000 (IBGE, 2002). Estima-se que, se em 1979 a agricultura ocupava 5,98% da área do alto das chapadas, em 2006 passou a ocupar 82,26% da mesma região (Costa et al., 2009). Assim, a indústria agrícola representa uma ameaça à espécie, implicando declínio contínuo da EOO, AOO, da qualidade do hábitat e do número de subpopulações. Considerando que a espécie ocorre em uma das áreas mais degradadas do sertão baiano, apresenta poucos e antigos registros de ocorrência e não está protegida em Unidade de Conservação, recomendam-se investimentos em expedições de campo para a busca de novos registros e ampliação do conhecimento sobre as subpopulações, sua biologia e distribuição, bem como em planos de ação necessários a sua conservação na natureza.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Schwannia christianeae (W.R.Anderson) R.F.Almeida & M.Pell.;
Família: Malpighiaceae
Sinônimos:
A espécie foi descrita originalmente na obra Contr. Univ. Michigan Herb. 16: 80 (1987). (IK); é caracterizada pelas folhas ovadas a elípticas, tomentosa - glabrescentes adaxialmente, seríceo-tomentosas abaxialmente, com 1 par de glândulas entre o ápice do pecíolo e a base da lâmina. Flores com pétalas amarelo-alaranjadas (Anderson, 1987). De acordo com Anderson (1987), J. christianeae se assemelha a J. anisandra, J. caudata e J. malmeana quanto à presença de estames heteromorfos. No entanto, estas espécies apresentam inflorescências que tendem à redução de estruturas e à permanência de várias brácteas florais (J. caudata) e pedicelos sésseis (J. caudata e J. malmeana). Quanto à presença de umbelas e pedúnculo, assemelha-se a J. hexandra e J. occhionii, no entanto além do androceu heteromorfo, J. christianeae apresenta brácteas curtas e persistentes e anteras contendo glândulas apicais (Sebastiani, 2010).
A espécie é conhecida por somente três coletas realizadas até meados de 1990, não tendo sido encontrada recentemente (CNCFlora, 2013). Apresenta Tempo de Geração estimado em cerca de cinco anos, conforma estabelecido por CNCFlora (2013) para plantas arbustivas.
A espécie é endêmica do Brasil, com ocorrência excluisiva ao estado da Bahia (Sebastiani, 2013); é conhecida por somente três coletas realizadas nas proximidades do município baiano de Barreiras (Anderson, 1987) e Cristópolis; foi coleta em altitudes que variam entre 450 m e 800 m (Sebastiani, 2010).
Arbusto escandente, encontrado em áreas de savana associadas aos domínios Cerrado e Caatinga no estado da Bahia (Anderson, 1987; Sebastiani, 2010; 2013).
Coletada com flores em junho, julho e outubro e com frutos em junho e julho (Sebastiani, 2010).
2.1.3 Agro-industry farming
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
O município de Barreiras, no noroeste da Bahia, sofreu grandes transformações em seu espaço nas últimas três décadas, sobretudo devido à expansão da sojicultura. Em 10 anos, no período compreendido entre 1990 a 2000, a cultura da soja cresceu 584,26 % no Oeste da Bahia, sendo a região de Barreiras responsável por 100 % da produção atual do Estado. Essa evolução representou 73,1 % da produção do Nordeste e 4,6 % do país no ano de 2000, conforme o IBGE (2002). Neste mesmo sentido, foi possível observar que enquanto em 1979 a agricultura ocupava 5,98% da área do alto das chapadas, em 2006 a agricultura passou a ocupar 82,26% na mesma região (Costa et al., 2009).
1.1 Site/area protection
Situação: needed
Observações: A espécie ocorre em uma das áreas mais degradadas do sertão baiano, e não encontra-se protegida por nenhuma categoria de Unidade de Conservação (CNCFlora, 2013).
- Anderson, C. 1987. Two new species of Stigmaphyllon (Malpighiaceae) from South America. Contr. Univ. Michigan Herb. 16: 49–53
- Costa, A.; Borges, P. ; Maia-Rodrigues , B.; Chaves, A.; Gontijo, N.M.; Felippe, M. F. 2009. Modificações do Espaço Agrícola de Barreiras-BA: Evolução do Uso do Solo e um Pólo Sojicultor. XIX Encontro Nacional de Geografia Agrária, São Paulo, 1-19.
- CNCFlora. 2013. Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <www.cncflora.jbrj.gov.,br>. Acesso em 20 novembro 2013.
- IBGE. 2002. Censo Demográfico 2000 - Resultados do universo. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em 20 de novembro 2013.
- Sebastiani, R. 2010. Estudos taxonômicos em Janusia A. Juss. (Malpighiaceae). Tese de Doutorado. Instituto de Botânica, São Paulo.
- Sebastiani, R. 2013. Janusia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB19465>.
CNCFlora. Janusia christianeae in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Janusia christianeae
>. Acesso em .
Última edição por Lucas Moulton em 28/11/2014 - 13:36:15